No calendário sazonal do varejo supermercadista a Páscoa figura como um dos períodos mais importantes para o setor. Afinal de contas, famílias vão às compras em busca de uma cesta de produtos diferenciada que inclui itens como pescados frescos e em conserva; ovos de chocolate; azeites, vinhos e uma série de outros produtos que nem sempre estão na cesta de compras de rotina.
Segundo o Ibevar, em 2018, as vendas da Páscoa foram positivas com acréscimo de 3,2% em relação a 2017. Patrícia Cotti, diretora executiva do IBEVAR, diz que a retomada do consumo tenda a ser potencializada. “Espera-se, para o período de Páscoa, o acompanhamento dos números do ano passado quanto ao crescimento, com algo em torno de 4% ou 5%, mas ainda é cedo para dizer”, diz.
Como se preparar
Os meses que antecedem a Páscoa – de janeiro a abril – costumam representar cerca de 20% das vendas de vinhos no ano. A informação é de Maiquel Vignatti, gerente de marketing da Cooperativa Vinícola Garibaldi. Ele acrescenta que os espumantes também vêm ganhando espaço na mesa do consumidor tanto nesse período quanto no decorrer do ano e orienta o varejo a apostar na boa visibilidade dos produtos no interior da loja.
“Sempre é recomendável posicionar perto da gôndola de bacalhau e outros peixes os vinhos que harmonizam com este ingrediente típico da data. Espumantes e vinhos também podem ser colocados próximos às estrelas principais da Páscoa: os ovos de chocolate. Ações promocionais casadas no PDV também são uma ótima pedida”, indica.
Para a Cantu Importadora o período também é estratégico. “A Páscoa representa 7% da nossa venda anual. Especialmente em vinhos portugueses, com destaque para os Vinhos Verdes, Vinho português em geral e Vinhos do Porto, para o chocolate”, conta Emil Lecamp, gerente de marketing da Cantu.
Azeites
Apesar de ser um produto que já faz parte da rotina de consumo do brasileiro, o azeite apresenta maior demanda na Páscoa, sendo que a categoria chega a crescer duplo dígito no mês que antecede a data. O produto é muito usado no preparo de pratos típicos como a Bacalhoada, por exemplo e merece destaque na gôndola e também em ações de cross merchandising, como próximo aos pescados.
“A categoria de azeites possui alto valor agregado, portanto, deve ser destacada no PDV. O consumidor busca por marcas conhecidas e de qualidade, sendo assim, as marcas de renome devem abrir o corredor da categoria, onde se concentra o maior fluxo, e devem estar na altura dos olhos, para facilitar o reconhecimento”, orienta Tatiana Zambom, diretora de produtos de consumo da Cargill.
Segundo ela, os azeites devem ser separados por tipo: azeite extra-virgem e azeite tipo único. “Isto se explica pelo próprio diferencial de preço e do produto”, diz. A executiva recomenda ainda a exposição além do ponto natural (gôndola de azeites), em locais onde estejam produtos que tenham entre si relação direta de consumo, por exemplo: expor azeite ao lado de pães, FLV (frutas, legumes e verduras), queijos e bacalhau.
“Desta maneira, lembramos o consumidor de levar o azeite quando estiver comprando outros itens e associamos o consumo. Para a Páscoa, acreditamos que o ganho em exposição e visibilidade da categoria poderá em muito colaborar com o crescimento das vendas”, orienta Tatiana.
Para Pietro Capuzzi, diretor de marketing da Gallo, é fundamental se abastecer com antecedência. “Todos devem saber que neste período, as vendas aumentam e é preciso estar preparado para oferecer o melhor aos clientes”, diz. Ele acrescenta que nos últimos anos o brasileiro tem aumentado seu consumo do azeite de oliva extra virgem e que na Páscoa os consumidores tendem a buscar novidades e novos sabores para maximizar sua experiência gastronômica.
“O varejista também não deve dar espaço as marcas que não são azeite, que são muitas vezes produtos mais baratos, porém fraudados, que não apresentam a qualidade do azeite”, alerta. Ainda de acordo com Capúzzi, é preciso estar atento às marcas líderes de mercado e referências na categoria.
“Na hora de organizar os produtos, é importante ocupar não somente a gôndola, mas também pontos extras em áreas com correlação, como onde fica o bacalhau e pescados. Sabemos que esse tipo de disposição é muito importante para compras de impulso e oportunidade”, orienta.
Pescados
Apesar do bacalhau ser um prato muito consumido no almoço de Páscoa há quem prefira outras opções e dentre elas destacam-se produtos como o atum e a sardinha. Adriane Azevedo, gerente de marketing de Coqueiro destaca que a Quaresma é a principal sazonalidade do mercado de pescados.
“O consumo da categoria apresenta, em média, crescimento de dois dígitos no período”, diz. Para garantir a visibilidade dos produtos, ela recomenda que o varejo trabalhe um mix completo tanto de atum quanto de sardinha. “Também é fundamental trabalhar com pontos extras, dentro de categorias correlatas como pães, massas, arroz pronto, azeite, etc.
Para garantir melhor exposição dos produtos e trazer para nossos parceiros as melhores práticas, também oferecemos um material bem completo que orienta na montagem de ilhas e displays e traz a maneira de correta de expor os produtos”, afirma.
A Gomes da Costa já adianta que terá novidades para o período da Quaresma. Segundo Robson Ribeiro, gerente de Food Service da marca, haverá o lançamento da sardinha ralada em dois sabores: tomate e tomate picante e também da nova embalagem das saladas com cartucho e com garfo, já vem prontas para o consumo.
“Em 2019 a páscoa será realizada duas semanas mais tarde em relação ao ano anterior, isso quer dizer uma grande oportunidade para os varejistas prolongarem as ações promocionais e serem mais agressivos nos pontos extras de vendas, alavancando os rendimentos”, diz.
Fonte: Portal Newtrade